23 de nov. de 2011

Prorrogação do Prazo para Envio de Trabalho Completo

Caros Colegas,


Em razão do problema técnico que estamos tendo com o email da APG (apgfe@unicamp.br), prorrogamos o prazo para o envio de trabalho completo até o dia 15/12/2011


Solicitamos que todos os participantes que já enviaram trabalho completo para o email apgfe@unicamp.br, por gentileza, reenviem para o endereço: apg.fe.unicamp@gmail.com.



Lembramos também que a publicação dos trabalhos está condicionada a sua apresentação durante o evento.

Gratos pela compreensão.


Atenciosamente, 


APG/FE-Unicamp

2 de nov. de 2011

Programação Completa do VII SEMINÁRIO DE TESES E DISSERTAÇÕES EM ANDAMENTO

08/11/2011

11h – Credenciamento

14h – 17h: Sessão de Comunicações

17h: Café/Atividade Cultural



19h: Mesa 1:Panorama da pós-graduação no Brasil nos últimos dez anos
         Profª. Miriam Limoeiro Cardoso (UFRJ)         Profª. Ana Maria Netto Machado (UNIPLAC/UFSC)

Como e por que, nas últimas décadas, a opção de pesquisadores e programas de pós-graduação tem se pautado no atendimento às exigências das agências de fomento ao invés de privilegiar critérios de qualidade na escolha e na construção das pesquisas? Como e por que os programas foram induzidos a cumprir as metas estabelecidas pelas agências de fomento?

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09/11/2011

9h – 12h: Sessão de Comunicações

14h – 17h: Mesa 2: Pós-graduação: Avaliação e produtivismo
         Profº. Dario Fiorentini (UNICAMP)         Sérgio Stocco (UNICAMP)

Como o atual “modelo CAPES” de avaliação da pós-graduação tem promovido/intensificado o produtivismo acadêmico - traduzido na quantidade de produções/publicações - em detrimento da qualidade? Quais as implicações disso para a pesquisa e para os pesquisadores no Brasil? O que se pretende e a quem interessam tais exigências quantitativas? Por que as avaliações são construídas por grupos externos e não de acordo com a área de conhecimento do programa?
17h: Café
18h – 20h: Grupo de Trabalho: A reformulação do programa de pós-graduação da FE/UNICAMP
21h: Atividade Cultural

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10/11/2011

9h – 12h: Sessão de Comunicações

14h – 17h: Mesa 3: Resistências e perspectivas frente aos rumos da pós-graduação
         Profª Ângela Carvalho de Siqueira (UFF)         Profº. Plínio de Arruda Sampaio Jr. (UNICAMP)

Como estão se organizando as Associações Docentes para discutir e enfrentar as reformulações dos programas de pós-graduação? Qual é a posição dos programas em relação à avaliação CAPES? Quais foram os resultados alcançados com essas reformulações, bem como suas implicações, para a pesquisa? Quais são as perspectivas de mudança?


18h – 20h: Assembléia dos estudantes de pós-graduação:Avaliação do Seminário de Teses e Dissertações e pautas da organização dos estudantes.

2 de set. de 2011

Pós-graduação no Brasil e produtivismo acadêmico no Brasil

“A política de ‘panelas’ acadêmicas de corredor universitário e a publicação a qualquer preço de um texto qualquer se constituem no metro para medir o sucesso universitário. Nesse universo não cabe uma simples pergunta: o conhecimento a quem e para que serve?

Maurício Tragtenberg, em: A delinquência acadêmica, escrito em 1979.



Atualmente, vivenciamos uma intensificação da produção acadêmica. Deparamos-nos, cotidianamente, com questões e dificuldades tais como: o aligeiramento das pesquisas; o contingenciamento das (já reduzidas) formas de financiamento, que não garantem as condições objetivas para a realização dos trabalhos; a individualização e o aumento da competitividade entre os pesquisadores, que, cada vez mais, se atemorizam frente às exigências vigentes; a prevalência de uma compreensão da pós-graduação como mera forma de complementação curricular, como exigência do mercado de trabalho, em detrimento de uma pesquisa pautada na melhoria da educação no país; entre muitos outros obstáculos que estão postos e nos exigem discussão e reflexão coletiva.

Trata-se de um processo contraditório. Agências e programas que, pretensamente, buscam avançar qualitativamente na construção da pesquisa no Brasil, “enfrentam” o desafio intensificando a precarização das condições dos pesquisadores e dos programas. Como contribuir para o aumento da qualidade de um programa de pós-graduação avaliando-o com base em pressupostos transpostos de outras áreas do conhecimento? É lícito pressionar os pesquisadores para que publiquem cada vez mais, independente da qualidade? Introduzir sistemas de descredenciamento dos professores/pesquisadores ditos “improdutivos” contribui para essa melhoria?

No mais, a definição das avaliações e dos ditos “padrões” para a pós-graduação excluem do processo o conjunto dos pesquisadores, conhecedores das necessidades de pesquisa dos programas avaliados.

As questões enunciadas compõem parte do conjunto de interrogações que estão colocadas aos pós-graduandos em educação em todo o país. Convidamos a todos e todas para que venham discutir suas pesquisas e as condições objetivas de sua realização, de modo que possamos construir coletivamente essa reflexão...

Mesa 1: Panorama da pós-graduação no Brasil nos últimos vinte anos

Como e por que, nas últimas décadas, a opção de pesquisadores e programas de pós-graduação tem se pautado no atendimento às exigências das agências de fomento ao invés de privilegiar critérios de qualidade na escolha e na construção das pesquisas? Como e por que os programas foram induzidos a cumprir as metas estabelecidas pelas agências de fomento?

Mesa 2: Pós-graduação: Avaliação e produtivismo

Como o atual “modelo CAPES” de avaliação da pós-graduação tem promovido/intensificado o produtivismo acadêmico - traduzido na quantidade de produções/publicações - em detrimento da qualidade? Quais as implicações disso para a pesquisa e para os pesquisadores no Brasil? O que se pretende e a quem interessam tais exigências quantitativas? Por que as avaliações são construídas por grupos externos e não de acordo com a área de conhecimento do programa?

Mesa 3: Resistências e perspectivas frente aos rumos da pós-graduação

Como estão se organizando as Associações Docentes para discutir e enfrentar as reformulações dos programas de pós-graduação? Qual é a posição dos programas em relação à avaliação CAPES? Quais foram os resultados alcançados com essas reformulações, bem como suas implicações, para a pesquisa? Quais são as perspectivas de mudança?

1 de set. de 2011

Para refletir...

“Para muitos de nós [professores universitários] que não aderimos à mística modernizadora, parece incompreensível a atitude daqueles colegas que se deixam empolgar pela contagem de horas-aula, dos créditos, dos prazos rígidos para conclusão de pesquisas, pela obrigatoriedade de subir todos os degraus da carreira (que são graus burocraticamente definidos), do dever da presença física nos campi (para demonstrar prestação de serviço), pela confiança nos critérios quantitativos para exprimir realidades qualitativas, pela corrida aos postos e aos cargos. Para muitos, a adesão ao “moderno” aparece como abdicação do espírito de cultura. Não é bem verdade. Aqueles que aderiram ao mito da modernização simplesmente interiorizaram as vigasmestras da ideologia burguesa: do lado objetivo, a aceitação da cultura pelo viés da razão instrumental, como construção de modelos teóricos para aplicações práticas imediatas; do lado subjetivo, a crença na “salvação pelas obras”, isto é, a admissão de que o rendimento, a produtividade, o cumprimento dos prazos e créditos, o respeito ao livro de ponto, a vigilância sobre os “relapsos”, o crescimento do volume de publicações (ainda que sempre sobre o mesmo tema, nunca aprofundado porque apenas reescrito), são provas de honestidade moral e seriedade intelectual. Para boa parte dos professores, além do benefício dos financiamentos e convênios, a modernização significa que, enfim, a universidade se tornou útil e, portanto, justificável. Realiza a idéia contemporânea da racionalidade (administrativa) e alberga trabalhadores honestos. Em que pese a visão mesquinha da cultura aí implicada, a morte da arte de ensinar e do prazer de pensar, esses professores se sentem enaltecidos pela consciência do dever cumprido, ainda que estúpido. Evidentemente, não entram aqui os casos de pura e simples má-fé – isto é, dos colegas que usam a universidade não tanto para ocultar sua incompetência, mas para vigiar e punir os que ousam pensar.”

(Marilena Chauí, Escritos sobre universidade, Ed. Unesp – texto original de 1980, p. 63).